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Troféu Aristides dos Santos será entregue nesta terça-feira, 18/11

Honraria celebra a luta contra o racismo e em prol da igualdade racial

Redação
Por: Redação Fonte: Prefeitura de Rio Preto - SP
18/11/2025 às 17h45
Troféu Aristides dos Santos será entregue nesta terça-feira, 18/11
Comunicação Social

No Dia Nacional de Combate ao Racismo, a Prefeitura de Rio Preto, por meio da Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial, e o Conselho Municipal Afro (CMA) realizam a cerimônia de entrega do Troféu Fidelidade Aristides dos Santos 2025. Anualmente, a honraria é entregue a oito pessoas e duas empresas ou organizações que atuam em prol da igualdade racial no município. A cerimônia acontece nesta terça-feira, 18/11, a partir das 19h30, na Casa SP Afro Antônio Pompêo, e é aberta ao público.

Os dez homenageados são escolhidos pela Secretaria e pelo CMA, paritariamente, a partir da atuação contra o racismo e em prol da igualdade racial no município. Este ano, quatro mulheres e quatro homens receberão a honraria: Bianca Giordana Zaniratto, Camila Roque, Claudionora Elis Tobias, Edinelson Fernandes Benites (Mestre Eddy), Milton Emidio (Mestre Bahia), Pâmela Ramos, Robson Nilson Vicente e Sidney Coelho Cabral Junior. As organizações laureadas são: a empresa Cozimax e o Instituto Escola Jovens de Negócios. Leia abaixo, detalhes da trajetória dos dez escolhidos.

A secretária da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial, Rosicler Quartieri, a cerimônia é um “momento único”. “É muito importante e significativo reconhecer em vida a ação dessas pessoas e organizações em prol da igualdade racial.” O troféu foi criado em 2006 pelo Conselho Afro e instituído pela Lei Municipal n°14.258/22.

A presidente do CMA, Claudionora Elis Tobias, também afirma que a entrega do troféu é uma celebração. “É uma noite esperada ao longo dos 365 dias do ano, porque envolve congratulação e gratidão a essas pessoas e empresas pela atuação com vistas à promoção da igualdade racial.”

Aristides dos Santos

Aristides dos Santos, nascido em 1914 em Campinas e radicado em São José do Rio Preto, deixou os estudos aos dez anos para ajudar a mãe, trabalhando como servente e depois como engraxate, profissão com a qual sustentou quatro filhos. Paralelamente, atuou como oficial de justiça e foi comissário de menores entre 1959 e 1963.

Líder negro e primeiro a candidatar-se a vereador na cidade, em 1959, Aristides tornou-se o primeiro preso político de Rio Preto. É reconhecido como símbolo local da luta pela igualdade racial.

Participou da fundação de diversas entidades culturais e sociais, como marcílio dias, cruz e souza, ponte preta e a associação cultural e recreativa rio-pretense, além do conselho afro-brasileiro de rio preto. Autor de dois livros, faleceu em 2013, aos 99 anos, deixando um legado marcante na defesa da democracia e no combate ao racismo.

Agraciados com o Troféu Fidelidade Aristides dos Santos

Bianca Giordana Zaniratto- membra do Conselho Municipal Afro de Rio Preto (biênio 2023-2025), no qual integra a mesa diretora como primeira-secretária. Atua como jornalista da Prefeitura de Rio Preto. Mestra em Comunicação Midiática (Unesp). Licenciada em Letras (Univesp), graduanda em Pedagogia (Senac) e bacharela em Comunicação Social - Jornalismo. Instituiu no calendário oficial de duas faculdades a Semana da Consciência Negra. Como mulher branca, entende que a luta antirracista é de todos.

Camila Roque- advogada especialista em direito previdenciário, com atuação na área cível e criminal. Mãe, membra do Conselho Municipal Afro de Rio Preto (biênio 2023-2025), coordenadora da Comissão de Igualdade e Equidade Racial da 22ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), membra do Comitê de Igualdade Racial e Combate à Violência do Grupo Mulheres do Brasil Núcleo São José do Rio Preto.

Claudionora Elis Tobias- advogada especialista em LGPD. Palestrante sobre temas referentes ao combate à desigualdade racial, violência de gênero com perspectiva de raça e classe. Presidenta do Conselho Municipal Afro de Rio Preto (biênio 2023-2025). Aluna ouvinte da Unesp/Ibilce na matéria literatura, gênero e raça. Líder do Comitê De Igualdade Racial do Grupo Mulheres Do Brasil. Diretora tesoureira - OAB/Rio Preto. Faz parte do coletivo Black Sisters in Law.

Edinelson Fernandes Benites, mestre Eddy- difusor da capoeira angola, por meio da Arcca, tem papel ativo na luta antirracista, ao usar a capoeira como instrumento de promoção de equidade. Na Arcca, escola fundada em 2008, desenvolve um trabalho de preservação da cultura afro-brasileira, promovendo oficinas de capoeira angola, samba de roda, maculelê e bumba-meu-boi em Rio Preto e outras regiões do país.

Milton Emidio, mestre Bahia- natural da Bahia, é instrutor de capoeira certificado pela escola Abadá-Capoeira e dedica-se ao ensino dessa arte desde 1990, formando gerações de crianças, jovens e adultos. Ao longo de sua trajetória, realizou inúmeros eventos, exibições e formações, consolidando-se como uma importante referência da capoeira em São José do Rio Preto. Atualmente, continua sua missão como instrutor de capoeira na Nação Valquírias, no Projeto Solidariedade e na Casa SP Afro Antônio Pompêo, onde segue inspirando e formando novas gerações com o mesmo entusiasmo e compromisso que marcam sua trajetória.

Pâmela Ramos- arte-educadora e artesã com foco em práticas artísticas culturais afrocentradas, desenvolve oficinas de poesia, oralidade e artes manuais a partir de saberes ancestrais. Atua na mediação de atividades educativas voltadas à infância e juventude, fortalecendo a identidade e a cultura afro-brasileira. com passagens por Sesc, escolas e projetos sociais, realiza trabalhos itinerantes em diversas regiões do Brasil, promovendo a valorização das tradições afrodescendentes.

Robson Nilson Vicente- maestro, produtor cultural e Secretário de Cultura de Rio Preto. Com ampla formação acadêmica e diversas especializações, construiu uma trajetória marcada pela valorização da cultura e pela democratização da música. Destacou-se na liderança da banda regimental da PM e na produção de grandes eventos culturais, sendo pioneiro na inserção de sonoridades periféricas e populares no repertório sinfônico das instituições militares. Sua atuação reafirma o protagonismo negro na música erudita, popular e institucional, fortalecendo pontes entre tradição, inovação e representatividade.

Sidney Coelho Cabral Junior- engenheiro mecânico com forte atuação em pautas de igualdade racial e afrocentricidade. Integra o Conselho Municipal Afro de São José do Rio Preto, é curador de conteúdo em grupos de estudos sobre negritude e atravessamentos sociais na Casa SP Afro. Esteve como delegado na Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Atua como palestrante em eventos de consciência negra e inclusão social no ambiente corporativo e também como membro do comitê antirracista da confederação brasileira de futebol americano (CBFA). Une formação técnica sólida à militância por justiça racial e transformação social.

Cozimaxreafirma seu compromisso com uma cultura organizacional baseada na diversidade, equidade, inclusão e pertencimento, promovendo o respeito e os direitos de todos os colaboradores, em conformidade com a legislação vigente. entre as iniciativas, estão: Cozi + mulheres: espaço de empoderamento e promoção da equidade de gênero; programa Funap: contratação de mulheres do centro de ressocialização feminino de São José do Rio Preto, atualmente com sete colaboradoras; ações afirmativas: incentivo à contratação de PCDs, pessoas negras e outros grupos historicamente discriminados, entre outros.

Instituto Escola Jovens de Negóciosé mais do que uma ONG, é um movimento de resistência e esperança. Tem como propósito transformar a vida de jovens de 14 a 18 anos em situação de vulnerabilidade, para se tornarem líderes e empreendedores que não apenas mudam suas próprias histórias, mas inspiram suas comunidades. Tem como missão romper o ciclo da pobreza por meio da educação empreendedora, pois, para muitos jovens periféricos e negros, as portas do futuro ainda parecem trancadas. Esses jovens carregam nos ombros a dureza da desigualdade: falta de oportunidade, preconceito, descrença da sociedade e, muitas vezes, a dor de serem invisíveis.

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