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Comer queijo afeta a memória?

Veja como ele pode até diminuir o risco de demência

Redação
Por: Redação Fonte: Nutrients
01/11/2025 às 09h47 Atualizada em 01/11/2025 às 10h00
Comer queijo afeta a memória?

Comer queijo afeta a memória? Veja como ele pode até diminuir o risco de demência
Ao contrário do que se acredita popularmente, uma nova pesquisa indica que o consumo frequente de queijo pode reduzir as chances de demência em até 24%. O estudo foi conduzido no Japão e divulgado na revista Nutrients.

Estudo
Quem se esquece de algo costuma brincar perguntando se comeu queijo demais. O senso comum associa esse alimento a lapsos de memória. Entretanto, uma recente investigação científica mostrou que, na realidade, o queijo pode trazer benefícios e até ajudar a diminuir o risco de demência.

De acordo com o artigo publicado na Nutrients, pessoas que incluíam queijo regularmente na alimentação apresentaram 24% menos probabilidade de desenvolver demência ao longo de três anos, em comparação com aquelas que não o consumiam.

Além disso, os pesquisadores destacaram que ingerir ao menos uma porção por semana já gerava diferença significativa. O levantamento foi realizado no Japão, com base em dados de mais de oito mil indivíduos acima de 65 anos.

Segundo informações da Euronews, ao término da análise, 3,4% dos participantes que comiam queijo foram diagnosticados com demência, frente a 4,45% entre os que não o faziam. Isso representa cerca de 10 casos a menos de demência a cada mil pessoas.

Como o queijo pode contribuir para reduzir o risco de demência?
O queijo “possui proteínas e aminoácidos essenciais que auxiliam na preservação dos neurônios, além de vitaminas lipossolúveis como a vitamina K2, que tem papel importante na saúde vascular e na regulação do cálcio”, explicam os autores do estudo.
Ainda segundo a pesquisa, “os laticínios fermentados têm sido relacionados a menores riscos de doenças cardiovasculares e metabólicas, ambas reconhecidas como fatores que aumentam as chances de demência”.

Os primeiros sinais de demência podem surgir na forma de alterações ao andar
“O enfraquecimento do senso de direção, por exemplo, costuma estar ligado aos primeiros déficits cognitivos, como falhas na memória espacial”, detalha o neurologista Maciel Pontes ao jornal Metrópoles.

“Demências como o Alzheimer comprometem o lobo frontal, região essencial para a tomada de decisões e o controle motor. A perda de sinapses e a morte dos neurônios prejudicam a integração entre o movimento e as funções cerebrais, provocando essas alterações motoras”, acrescenta o especialista.

Além disso, “existe uma condição chamada síndrome de risco motor cognitivo, que combina queixas de esquecimento com lentidão ao caminhar. Quando esses dois sintomas aparecem simultaneamente, o risco de demência aumenta de forma expressiva”, explica o neurocirurgião Renato Campos.

Sintomas e prevenção
Os sintomas podem variar conforme o tipo de demência. “Demências como a de corpos de Lewy estão fortemente associadas a dificuldades motoras, como instabilidade postural, quedas recorrentes e movimentos lentos. Também há a hidrocefalia de pressão normal, uma condição menos conhecida, mas potencialmente reversível quando tratada de maneira adequada”, afirma o especialista.

Vale lembrar que “demência” é um termo amplo usado para descrever um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas — entre elas perda de memória, dificuldades de linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. A maioria não tem cura, contudo, estudos indicam que cerca de 40% dos casos, como o Alzheimer (a forma mais comum), podem ser prevenidos ou retardados.

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